EU SINTO MUITO
É carnaval, encontro seus olhos e nos escondemos da multidão enquanto você toca something just like this totalmente fora do ritmo dessa época do ano. E isso é algo que eu adoro sobre você, seu ritmo não depende do mundo ao seu redor.
O carnaval foi embora, eu espero você ir junto, mas você permanece com a bateria a todo vapor no meu coração. E talvez aquela last hope esteja no replay por mais tempo do que deveria, enquanto suas mãos desenham (literalmente) aquilo que eu ainda não sei por em palavras.
É páscoa, mas o doce que chega aos meus lábios não é de ovos de chocolate. A ressurreição aconteceu, mas foi em mim, aquelas velhas cinzas de um eu quebrado voam novamente intactas.
Meu aniversário chega e com ele a certeza de que eu estava voando perto demais do sol e nem mesmo os seus braços muito abertos e várias doses de tequila poderiam amortecer a minha queda.
É seu aniversário e eu guardo o seu presente porque é tarde demais para ser entregue. Cedo demais para qualquer movimento brusco. Você queria explicações enquanto eu só queria colo.
Meses de horas em praças públicas encarando o vazio, botecos e conversas com nervos à flor da pele que não traziam luz a situação. E o space between parecia não ser possível.
Você entrou numa viagem de desbravar a si mesma e o mundo. Eu me protegi de tudo e nunca estive tão comigo mesma. Você me deu todo espaço do mundo (por achar que era o que eu queria) e eu fiz o mesmo por achar que era o que precisávamos.
As luzes de natal me levaram até sua porta. Chovia enquanto as verdades eram postas a mesa. Eu esperava uma briga e ganhei um abraço. E o que parecia o começo do fim acabou por ser só um capítulo conturbado nesse nosso livro ainda tão novo, mas tão escrito.
É carnaval outra vez, você me acende um cigarro e abre um sorriso. Outra vez fugimos da multidão, dessa vez em silêncio por todas essas coisas que não sabemos explicar ou desenhar, só sentir...
Eu sinto muito!
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